SPDA – Conceito e Aplicações
Você sabe o que significa SPDA? A sigla consiste em um sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Parece simples, mas por trás desta sigla há um sistema complexo que precisa ser estudado minuciosamente para cada tipo de situação.
O sistema serve para proteção de prédios, tanques, tubulações e pessoas contra um fenômeno natural de descargas atmosféricas.
Nos últimos anos, os estudos e normativas avançaram no que diz respeito a esse fenômeno, atualmente regido pela NBR 5419, temos presentes 4 partes para o desenvolvimento completo da solução. A parte inicial é um tema chamado gerenciamento de riscos, ele serve para avaliar se as soluções para a edificação, através das medidas impostas por um projeto, estão aptas a proteger pessoas e estruturas. Esse estudo é algo específico e dedicado a cada edificação/situação. Antigamente, tínhamos que um prédio do tipo industrial automaticamente teria uma classe de proteção, sem avaliar carga de incêndio, quantidade de pessoas na edificação, probabilidade de a descarga afetar os sistemas elétricas e de telecomunicações que adentram na edificação e outros diversos itens que atualmente devem ser calculados conforme a parte 2 da normativa.
O objetivo principal de um SPDA é dissipar a corrente imposta pela descarga atmosférica à terra, esse caminho da corrente deve ser o mais seguro possível para que as pessoas que estarão presentes no evento não sejam afetadas por essa descarga.
Um grande mito que ainda persiste é de que a utilização de um SPDA passa a atrair raios para o prédio, o que de fato é uma grande falácia. Conforme dito anteriormente, as descargas são fenômenos naturais, embora há regiões brasileiras com níveis de descargas atmosféricas muito maiores que outras, esses dados devem ser dispostos no gerenciamento de riscos, isso quer dizer que em uma localidade onde há maiores incidências de descargas atmosféricas, o investimento em um sistema de proteção será maior.
Como saber se meu prédio precisa ou não de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas? Através do estudo de gerenciamento de riscos. Há de se registrar que em diversas regiões Brasileiras, o projeto e instalação do sistema não são exigências do Corpo de Bombeiros Militar, como acontecia até 2019 em Santa Catarina. Então quem passa a cobrar o estudo e consequentemente a instalação do sistema seriam seguradoras e a própria NR-10. A partir de 75kW de potência instalada, deve ser mantido o prontuário das instalações elétricas (PIE) atualizado e dentro deste prontuário é necessário a documentação do sistema de proteção contra descargas atmosféricas.
O sistema é composto basicamente por uma captação, elemento que sofrerá o impacto inicial, descidas que serão responsáveis por conduzir a corrente para a malha de aterramento que fará a dissipação da corrente para o solo. Conforme parte 3 da NBR-5419, são considerados o método das malhas, método do ângulo de proteção e método da esfera rolante.
Após o estudo de gerenciamento de riscos, o projeto de acordo com o método escolhido e a execução deste sistema, há de se realizar inspeções, ensaios e manutenção periodicamente, elaboradas por profissional habilitado e capacitado com emissão de documentação de responsabilidade técnica. Conforme NBR 5419 parte 3, esta frequência deve ser anual para estruturas contendo munições ou explosivos, ou locais expostos à corrosão atmosféricas severas (regiões litorâneas, ambientes industriais com atmosfera agressiva etc.) ou ainda estruturas pertencentes a fornecedores de serviços considerados essenciais (energia, água, sinais etc.). E três anos para as demais estruturas.
O estudo do sistema de proteção contra descargas atmosféricas é extremamente importante pois ele é capaz de proteger pessoas e patrimônio, além de ser exigido por Norma Regulamentadora. Há vários detalhes não citados neste artigo que devem ser avaliados e considerados, sendo indispensável e leitura de normas específicas como a NBR 5419 para a coleta de maiores detalhes. Esta normativa está em fase de revisão, conforme site da ABNT, isso significa que novas recomendações e entendimentos virão em breve. Isso não significa que devemos aguardar uma nova revisão, e sim ficarmos antenados para novas soluções que virão possam vir em breve.