Infraestruturas Elétricas aplicadas em Terminais de Fertilizantes

As infraestruturas elétricas são partes essenciais dos terminais de fertilizantes, pois são responsáveis por fornecerem a estrutura necessária para o encaminhamento de circuitos de força, iluminação, controle e segurança para as operações de armazenamento, manuseio e transporte de produtos. Estas infraestruturas devem ser projetadas para garantir a confiabilidade e eficiência das operações no local, levando em consideração os requisitos específicos de cada aplicação.

Os materiais compósitos e os termoplásticos são os mais indicados para utilização nesses locais devido ao alto índice de corrosão, seja por questões químicas, ambientais (salinidade e intemperismo), e ainda por reunir possíveis características de extinção à chama e baixa toxidade que permitem sua aplicação em áreas confinadas ou classificadas que possam existir nessas áreas.

Os termoplásticos são os mais indicados para os encaminhamentos que possuem menores exigências de esforços mecânicos, e principalmente para gerar um adicional de proteção a certos materiais, os mesmos são recomendados para a utilização em eletrodutos rígidos de PVC (policloreto de Vinila), eletrodutos de PEAD (Polietileno de alta densidade), para a capa de PVC de eletrodutos flexíveis de aço afim de garantir sua proteção, e no revestimento em PVC dos cabos de aço inox para também garantir essa finalidade.

Os materiais compósitos em fibra de vidro são os mais indicados para os itens que são expostos as maiores cargas mecânicas como as eletrocalhas, leitos de cabos, elementos estruturais de suporteamento, caixas de passagem, painéis elétricos, postes de iluminação e grades de canaletas. Os mesmos possuem uma combinação de variados tipos de reforços mecânicos com diversos tipos de resinas o que garante a compatibilização com os requisitos de cada projeto.

Figura 1 – Infraestruturas de Fibra de Vidro
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Dessa forma, em instalações dessas características é indicado o uso dos componentes metálicos apenas para os fixadores dos elementos de termoplásticos e compósitos de fibra de vidro, devido aos fatores de corrosão o metal mais indicado é o aço de inox, sendo recomendado para itens como parafusos, arruelas, porcas, chumbadores, cabos de aço, clips, entre outros dessa espécie.

Se comparada as obras elétricas industriais comumente vistas em outros setores no setor de fertilizantes um dos itens que mais se destaca são os elementos de compósitos em fibra de vidro, pois são os aplicados nas infraestruturas principais. A resistência de uma peça de compósito de fibra de vidro é dada pelo tipo, quantidade, orientação e posição dos reforços de fibra de vidro dentro de uma matriz polimérica. Essa matriz é composta de uma resina aditivada responsável por manter os reforços coesos e consequentemente dando rigidez ao sistema.

Existem diversos tipos de resinas termofixas, as mais comumente utilizadas são as isoftálicas, ester-vinílicas, offshore e vinílicas, sendo que cada uma possui certas características químicas e de resistência, dessa forma, as mesmas têm fundamental importância na determinação das propriedades de resistência à corrosão, retardamento de chama, temperatura máxima de operação e contribui significativamente para a resistência mecânica das peças a impactos e fadigas.

Por se tratar de produtos plásticos com baixa densidade, os materiais compósitos em fibra de vidro facilitam no processo de aplicação, inclusive possibilitando a ausência ou minimizando as necessidades de trabalhos a quente, reduzindo assim a mão de obra e o tempo na instalação, assim como, frequência ou ausência de manutenção. A baixa densidade do material garante aos produtos alta resistência mecânica e, inclusive, podem reduzir os custos com manuseio, movimentação de carga e transporte, características fundamentais para projetos de grande, médio e pequeno porte.

Figura 2 – Painel Elétrico com Invólucro de Fibra de Vidro

Entre as principais características dos compósitos de fibra de vidro estão:

  • Alta resistência mecânica (similar a do aço);
  • Baixo peso (75% menor que o do aço e 30% menor que o do alumínio);
  • Grande estabilidade dimensional (Baixo coeficiente de expansão térmica);
  • Elevada resistência à corrosão (Agentes químicos agressivos e Salinidade Marítima);
  • Não Condutor (excelente isolante elétrico);
  • Não Metálico (Ideal para ambientes sensíveis à ação magnética);
  • Propriedades de Absorção de Impactos;
  • Excelente acabamento superficial (pode ser pigmentado ou pintado);
  • Autoextinguível com a adição de aditivo retardante de chama;
  • Resistente ao ataque dos raios UV;
  • Não Higroscópico ( não absorve água);
  • Transparente à radiofrequência;
  • De fácil instalação e usinagem;

A excelente resistência à corrosão e substancial redução das intervenções para manutenção comumente aplicadas nas tradicionais estruturas metálicas garantem um alto índice de payback, se comparado ao aço carbono galvanizado e ao Inox, o investimento inicial pode ser até mesmo de um valor menor. Por não sofrer a oxidação comum aos metais é o produto mais indicado para instalação em ambientes agressivos como a nevoa salina presente na região litorânea e da salinidade dos fertilizantes, além de possuir uma expectativa de vida útil de aproximadamente 30 a 50 anos, quando corretamente especificado, sendo um dos materiais com maior durabilidade disponível no mercado e não possui valor comercial de revenda minimizando substancialmente o vandalismo. Podem ser fabricados conforme projeto e adaptados a qualquer necessidade geométrica, atendendo aos mais rigorosos requisitos normativos.

No que tange aos requisitos, especificações e dimensionamentos dessas infraestruturas devem seguir-se as recomendações das normas nacionais da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) como a NBR-5410, NBR-14039, NR-10 e outras em específico para cada tipo material, caso para algum tipo desses materiais tenha a ausência de uma norma nacional em específico podem ser adotadas normas internacionais como, por exemplo, as da ASTM (American Society for Testing and Materials), UL (Underwriters Laboratories) e IEC (Comissão Eletrotécnica Internacional).

A P3 Engenharia conta com uma equipe multidisciplinar e especializada no assunto que projeta, específica e executa as montagens estruturais sempre baseando-se no emprego dos produtos adequados para cada ambiente de aplicação que trazem alto desempenho e confiabilidade para as instalações elétricas industriais do setor de fertilizantes.

Para mais informações sobre nossos serviços e soluções, entre em contato conosco.

Texto escrito por Levi Moretto – Engenheiro Eletricista e de Orçamentos.


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